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Empresários de Santa Maria cobram ações contra extorsões

Empresários de Santa Maria cobram ações contra extorsões

Foto: Maurício Barbosa

Foi realizada na última sexta-feira, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, uma reunião para discutir ações de combate às extorsões e ameaças feitas à empresários de Santa Maria. Participaram da reunião empresários que foram vítimas dos criminosos, vereadores e representantes das forças de segurança. 

Um representante dos empresários falou sobre as ameaças que vem sofrendo desde 2022.

– Vendo a grande presença de autoridades, eu até me tranquilizo um pouco, porque a gente estava se sentindo sozinho. Essas ameaças não são de agora, elas começaram no ano passado e com todos os nossos dados. Eles estão nos oferecendo uma segurança contra outras facções. Isso é um absurdo – disse o empresário, que estaria representando 60 empresas localizadas na BR-287 e pediu para não ser identificado.

Outro empresário, que também não quis se identificar, disse que muitos lojistas não dormem à noite pensando nas lojas e no que pode acontecer.

– Se as autoridades passarem na faixa à noite, muitas revendas nem carros têm mais. Estão guardando os carros em outros lugares. Isso é um absurdo. A gente só quer trabalhar. A gente quer uma resposta de vocês – cobrou o empresário.

O delegado regional, Sandro Meinerz, falou das reuniões do programa RS Seguro, que acontecem todos os meses. Meinerz afirmou que o modo de agir dos criminosos começou nas capitais. Ele garantiu que a investigação está em andamento e que logo os envolvidos serão responsabilizados.

– O importante é não pagarem, porque no momento em que um paga, não tem volta. Grande parte dos crimes são aplicados dentro do sistema prisional e temos uma dificuldade muito grande com relação a combater os crimes praticados dentro das casas prisionais. Mas estamos trabalhando e existe uma sinergia entre os órgãos para resolver isso – fala Meinerz.

O delegado André Diefenbach informou que a investigação está bem encaminhada e já há provas para identificar o autor dos áudios.

– Tem que procurar a polícia, registrar ocorrência e não efetuar o pagamento – reforçou.

O juiz da Vara de Execuções Criminais Ulysses Fonseca Louzada discordou que a maioria dos crimes seja praticada de dentro de presídios.

– Pode existir droga nos presídios, sim. Pode existir celular nos presídios. Alguns crimes podem ter envolvimento de alguns apenados, mas não todos. Se tem celulares nos presídios é porque vêm de fora. Precisamos de mais policiais nas ruas com ações efetivas – afirmou Louzada.

O coronel Cleberson Braida Bastianello, comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) Central, frisou o envolvimento de presos dando ordens em diversos crimes na cidade.
– Não é colocar culpa no preso, mas isso acontece, sim. Em relação à BM, estamos 24 horas por dia nas ruas focamos as ações nas regiões com maior índices de criminalidade. A pior coisa que pode acontecer é pagar os valores que eles querem – apontou Bastianello, que pediu para os empresários confiarem nas forças de segurança.

O coordenador do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp), Sandro Nunves, convidou os lojistas a irem ao Ciosp para entender a necessidade de monitoramento na região.

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Maurício Barbosa

mauricio.barbosa@bei.net.br

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